quarta-feira, 24 de março de 2010

Maurício, na aula.

Rogo a Deus para que me poupem do besteirol de costume.

Olá galera, hoje estou com vontade de expor minhas maneiras na sala de aula. Sou bastante criticado por elas, mas aqui vou explicar a causa do efeito visualizado por todos.

Durante a aula, costumo conversar. Atazanar. Encher o saco de todos que estão presentes. Seja professor ou colegas.

Faço perguntas pertinentes e impertinentes. Manifesto-me benéfica e maléficamente. Darei alguns exemplos:

Primeiro colocarei as condições de contorno, ou seja, a circunstância dos fatos.

Aula de drenagem dirigida pelo Profº Dr. Edilson Matsussa. Eu e meu amigo Roberto, o mundrungo, tínhamos que realizar uma apresentação sobre os mecanismos de captação de oxigênio do arroz, tendo em vista que esta não é realizada pelas raízes e sim por estruturas localizadas nos colmos da planta.

Um adendo: não sei como esta se realiza, não tenho nem idéia, todo o conteúdo foi sintetizado pelo Roberto, o mundrungo. Eu apenas fiz o primeiro slide, que era de apresentação, durante a aula, no meio tempo entre colocar o pen drive para abrir a apresentação e o querido mestre pedir para começarmos. Meu slide continha apenas os nomes, meu e de meu ilustríssimo colega, e uma carinha azul, feliz, rodeada por uma lua e um raio. Sim, ridículo, vergonhoso, nada compatível a todo o dinheiro investido pelo meu pai na minha formação. Se eu acho feio? Claro que acho, mas eu aguento.

Voltando à história: Apresentamos, três slides. Um com a apresentação dos alunos envolvidos, outra com uma foto do arroz e o último com o conteúdo requisitado. Resultado: vergonha.

O professor proferiu apenas adjetivos negativos sobre nosso trabalho. Por algum tempo, até desnecessário mas nem liguei, justamente por que eu não tinha movimentado uma palha sequer para a síntese de tal apresentação.

O que ninguém contava, mas esperava, era que Roberto, o mundrungo, ficasse tão bravo como ficou. Ele proferiu a seguinte frase:

- Olha professor, eu vou sair para tomar uma água. Com o único propósito de me acalmar para não falar merda.

Foi até a porta, tremendo seu corpo nada viril. Magro. Seco. Parecido com o do seu Madruga. Sua única imponência é sua altura, que é facilmente vencida pela sua carinha de "cachorro sem dono".

Saiu. Dentro de 3 segundos, voltou e enfatizou, tremendo de raiva:

- Pra não falar merda.

Bom, um professor qualquer ficaria bravo, mas este estava tranquilo. Não é pra menos que seu nome é Matsussa.

A classe riu bastante do acontecido, mas a máxima ficou. "Vou tomar água para não falar merda". Eu sabia que isto ainda daria pano para a manga.

Roberto, o mundrungo, voltou e a aula prosseguiu. Sua feição era bicuda, o que gerava algumas piadas aleatórias por diversos alunos.

Num dado momento o professor rebateu uma pergunta que eu tive, com alguma sagácia, desqualificando minhas qualidades de engenheiro quase formado. Soltei um sorriso sarcástico e alegre. A vitória haveria de ser minha. Eu disse:

- Olha professor. Contenha-se pois senão vou tomar água.

A gargalhada foi generalizada. Até o professor sorriu. Até retomou a desavença pedindo desculpas públicas a Roberto, o mundrungo.

Outro fato, que comprova a minha "fanfarrisse" frente aos professores da FEAGRI. Foi durante uma aula de concreto no início do ano de 2009. Eis os fatos:

Dois professores de minha faculdade são casados e, na situação, a esposa estava dando a aula quando seu marido entrou na sala para dar-lhe um recado. Durante sua estada na classe eu cantei a música:

Amor I Love You

Marisa Monte

Composição: João Higino Filho

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu pensar em você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo, caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão

É um espelho sem razão
Quer amor, fique aqui

Deixa eu dizer que te amo
Deixa eu gostar de você
Isso me acalma, me acolhe a alma
Isso me ajuda a viver

Hoje contei pras paredes
Coisas do meu coração
Passei no tempo, caminhei nas horas
Mais do que passo a paixão

É o espelho sem razão
Quer amor, fique aqui

Meu peito agora dispara
Vivo em constante alegria
É o amor que está aqui

Amor I Love You (8x)

"... tinha suspirado,
tinha beijado o papel devotamente!
Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo condizia a um êxtase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!"

Amor I Love You (12x)


A risada não foi geral, sequer ocorreu por qualquer que fosse o aluno. Eu fui inconveniente. O medo que os alunos tinham das pessoas alvo de minha piada era maior que a vontade de rir. Fui reprimido vêementemente. Quase enforcado e crucificado. Porém nem liguei: prefiro a piada.

Estes fatos comprovam minha fanfarrisse, dentre muitos outros. Sim, me orgulho de ser assim. Sim, tenho diversas inimizades geradas por este tipo de atitude. Sim, reconheço quem são estas pessoas. Não, não demonstro que sei. Pois como diria o poeta: "Mantenha seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda". Por isso, cuidado comigo. Sou maquiavélico.

Dito tudo isto, e apresentada a pessoa, lhes informo que Roberto, o Mundrungo, também terá seu espaço neste blog. Colocando sua versão dos fatos. Enfatizo que ele é meu amigo. Um bom amigo. Confiável, amavél e fiel. Porém sua feiura é notável. Mas isto não vem ao caso.

Fiquem atentos aos próximos posts: serão memoráveis.

Agradeço a atenção

ps: a dificuldade que tenho para manter uma formatação adequada neste blog é algo jamais visto. Peno demais para retirar o negrito e o itálico desta droga. Alguém poderia fazer algo! Eu só não faço por preguiça... Sim, sou preguiçoso. Foda-se.

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