Maurício, despedido.

Rogo a Deus para que me livre do mal.

Taí, hoje foi a gota d'agua.

Estava eu dando um intervalinho em meu trabalho, comendo um pãozinho de queijo quando vi uma amiga chegando. Ela estava fumando. No mesmo momento olhei para uma gata chamada Mia. Ela é super bonita e dengosa. Estava comendo e bebendo água bem próximo a nós.

Neste momento tive um lapso de maldade. Imaginei como seria se minha amiga apagasse seu cigarro na fuça da gata. Miados desesperados seriam lançados ao vento e, como trabalho na Embrapa Meio Ambiente, uma inquisição espanhola teria início para atear fogo em minha amiga, em um tribunal de condenação sumária.

Imaginei isso mas não falei a ninguém. Ultimamente estou com medo de dizer o que penso por que todo mundo nesse país adooora julgar os outros. É como se todos fossem perfeitos. Se estivessem naquela roda de pessoas prontas a atirar pedras em Maria Madalena a pobre coitada seria assassinada e Jesus iria de brinde. Além do mais, pago por meus pecados mais do que qualquer um. É como se eu devesse para o FMI, quanto mais eu pago mais ele aumenta os juros e cresce a dívida. E pior, quando eu terminar de pagar ele passa a pegar meu dinheiro emprestado. Injusto? É, mas não vou me fazer de vítima. O que não mata fortalece, ou engorda, sei lá como é esse ditado.

Bom, fato é que depois que minha amiga estava saindo eu revelei meus pensamentos malígnos. O legal é que minha chefe ouviu e eu nem tive tempo de dizer que eu jamais faria aquilo.A inquisição havia me pegado. 

Legal. Fui mandado embora por revelar intenções não condizentes com a missão da empresa.

Mentira. 

Enganei o bobo na casca do ovo. Haha. Não sou tão azarado e injustiçado assim.

Agradeço a atenção.